segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Recorde de êxodo brasileiro

Êxodo de brasileiros volta a ganhar força em 2009 e é recorde na década

Passageiros em aeroporto brasileiro (Marcello Casal Jr./agencia Brasil)
Para pesquisador, muitos brasileiros ainda saem do país desinformados
Apesar da crise nos países ricos, o êxodo de brasileiros para o exterior voltou a ganhar força em 2009, após cair em 2008, e atingiu o maior patamar da década, sugere um levantamento realizado a partir do saldo de entradas e saídas nos aeroportos brasileiros.
Em 2009, o número de passageiros que entraram e saíram do Brasil por via aérea apontou para uma saída líquida de aproximadamente 90 mil pessoas.
No ano anterior, os números revelavam um fenômeno inverso. O saldo foi negativo, indicando que, em 2008, cerca de 28 mil pessoas a mais entraram no país em relação aos que saíram.
“(O ano de) 2008 foi claramente um ano especial. A crise veio muito forte e atingiu o mercado de trabalho, principalmente nos países para onde a migração estava se dirigindo. Em 2009, a saída líquida voltou a aumentar. Foi uma velocidade surpreendente", considera Victor Hugo Klagsbrunn, autor do levantamento que aponta para o que o autor chama de "saldo migratório", calculado com base em dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
O pesquisador ressalta que os números não devem ser tomados como um indicador absoluto, mas servem como termômetro para identificar tendências na migração de brasileiros – movimento que carece de indicadores oficiais.
Desinformação
O saldo positivo de 2009 após a queda em 2008 surpreende quando se compara o desempenho das economias ricas com a brasileira. Enquanto o Brasil começava a sair da crise em 2009, registrando um crescimento de 0,2% no Produto Interno Bruto (PIB), a crise atingia em cheio os países ricos. A economia da União Europeia, por exemplo, principal destino de brasileiros em busca de uma vida melhor no exterior, teve queda de 4,2% em 2009. Nos Estados Unidos, a queda no PIB foi de 2,4%, e no Japão, de 5%.
De acordo com Williams Gonçalves, professor de relações internacionais da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), um dos fatores que podem explicar essa aparente contradição é a falta de informação sobre a gravidade da crise entre os novos imigrantes.
“Estive recentemente em Portugal e encontrei gente arrumando as malas para voltar, dizendo que a situação econômica está muito ruim. Ao mesmo tempo, encontrei muita gente chegando. São pessoas que formam a ideia de que o mercado lá fora é melhor e vão, sem nem saber direito da crise”, conta.
Klagsbrunn aponta ainda uma outra explicação para o fenômeno. A despeito do crescimento da economia brasileira, para muitos, tentar a vida no exterior ainda parece uma opção melhor. Para ele, a redistribuição de renda com o Bolsa Família e o aumento do salário mínimo beneficiou a classe baixa, mas uma grande parcela da classe média permanece sem perspectiva de crescimento no Brasil.
“Perguntam por que o pessoal continua saindo se o Brasil está bombando. Não é bem assim. Muita gente, por exemplo, tentou a ascensão social por meio do curso universitário, mas não conseguiu e ficou sem perspectiva”, diz.
Histórico
Segundo Klagsbrunn, os dados da Anac indicam que o êxodo de brasileiros tomou força a partir de 1980. Desde então, a tendência mais ampla tem sido de uma saída líquida positiva.
O saldo migratório só se tornou negativo em três momentos (1998, 2001-2004 e 2008), sempre associados a crises internacionais. A inversão mais drástica veio em 2001, quando os atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York estancaram o forte fluxo de migração que se dirigia para os Estados Unidos.
Diante do maior controle de fronteiras nos EUA, a emigração brasileira logo mudou de alvo. A partir de 2005, voltou a ganhar força puxada pela chegada maciça de brasileiros à Europa.
Década

MIGRAÇÃO BRASILEIRA

2000 - 118,6 mil
2001 - -13,2 mil
2002 - -26,5 mil
2003 - -7,7 mil
2004 - -28,9 mil
2005 - 24,8 mil
2006 - 58 mil
2007 - 77 mil
2008 - -28 mil
2009 - 90,7 mil
Obs.: O saldo migratório é a diferença entre o número de passageiros que sai e que entra no Brasil a cada ano.
Entre 2001 e 2009, o saldo migratório para a Europa foi de mais de meio milhão de pessoas. O número permanecia positivo e seguia crescendo até 2008, quando foi praticamente zerado. Em 2009, o saldo foi negativo para Alemanha, Espanha e Reino Unido. Mas voltou a crescer para França e Portugal.
Outra tendência crescente ao longo da última década foi o aumento do saldo migratório para América Central e México. De 2001 a 2009, 95 mil pessoas partiram de aeroportos brasileiros, sem retorno, para a região.
“Isso indica o uso de rotas alternativas para chegar ao EUA”, diz Klagsbrunn, lembrando que o Panamá e outros países passaram a ser procurados depois que o México introduziu o visto obrigatório para brasileiros, em 2005.
Com os Estados Unidos, os dados indicam que o saldo de passageiros entre 2001 e 2009 foi negativo, com cerca de 300 mil pessoas a mais tendo chegado ao Brasil do que saído. O movimento de queda continuou após a crise de 2008, mas apresentou recuperação em 2009, embora o saldo continue negativo.
Oportunidades
A busca por melhores oportunidades fora do Brasil se traduziu em um êxodo que já dura três décadas. Hoje, o Ministério das Relações Exteriores estima o número de brasileiros no exterior em cerca de 3 milhões.
Para chegar a uma estimativa mais precisa deste contingente, o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) incluiu em sua enquete de 2010, pela primeira vez, uma pergunta sobre o assunto. Em cada domicílio, os recenseadores perguntaram se havia alguém vivendo no exterior e em qual país.
“Esses movimentos de saída afetam algumas estatísticas fundamentais para o Brasil, como as projeções de população”, justifica Marco Antonio Alexandre, coordenador técnico do Censo 2010. As informações devem ser divulgadas apenas em 2011.
Além de possibilitar projeções, o censo deve trazer dados sobre o perfil dos migrantes, indicando faixa etária, os destinos preferenciais e os fluxos emigratórios concentrados a partir de municípios específicos.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O analfabetismo no Brasil



29/01/2014 08h22 - Atualizado em 29/01/2014 11h04

Brasil é o 8° país com maior número 



de analfabetos adultos, diz Unesco


Relatório mapeou os principais desafios da educação no mundo.
Dos 150 países analisados, apenas 41 atingiram meta de investimento.

Do G1, com informações do Bom Dia Brasil
983 comentários
Um relatório divulgado nesta quarta-feira (29) pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) aponta que o Brasil aparece em 8° lugar entre os países com maior número de analfabetos adultos. Ao todo, o estudo avaliou a situação de 150 países.
De acordo com a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2012 e divulgada em setembro de 2013, a taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais foi estimada em 8,7%, o que corresponde a 13,2 milhões de analfabetos no país.
Em todo o mundo, segundo o 11° Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, da Unesco, há 774 milhões de adultos que não sabem ler nem escrever, dos quais 64% são mulheres. Além disso, 72% deles estão em dez países, como o Brasil. A Índia lidera a lista, seguida por China e Paquistão.
O estudo também mapeou os principais desafios da educação no planeta. A crise na aprendizagem não é só no Brasil, mas global. Para a Unesco, o problema está relacionado com a má qualidade da educação e a falta de atrativos nas aulas e de treinamento adequado para os professores.
No Brasil, por exemplo, atualmente menos de 10% dos professores estão fazendo cursos de formação custeados pelo governo federal, segundo dados do Ministério da Educação (MEC). Entre os países analisados, um terço tem menos de 75% dos educadores do ensino primário treinados.
Sobre os investimentos na área, das 150 nações analisadas, apenas 41 atingiram a meta da Unesco, ou seja, aplicaram em educação 6% ou mais de seu Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas geradas. O Brasil é um deles, mas o gasto anual por aluno da educação básica é de cerca de R$ 5 mil. Em países ricos, esse valor é três vezes maior.
Meta até 2015
No Fórum Mundial de Educação realizado em 2000, 164 países (entre eles, o Brasil), 35 instituições internacionais e 127 organizações não governamentais (ONG) adotaram o Marco de Ação de Dacar, em que se comprometem a dedicar os recursos e esforços necessários para melhorar a educação até 2015.
Na ocasião, foram traçados seis objetivos: os países devem expandir os cuidados na primeira infância e na educação; universalizar o ensino primário; promover as competências de aprendizagem e de vida para jovens e adultos; reduzir o analfabetismo em 50%; alcançar a paridade e igualdade de gênero; e melhorar a qualidade da educação.
Segundo o relatório da Unesco, esse compromisso não deve ser atingido globalmente, apesar de alguns países terem apresentado avanços nos últimos anos.
Em todo o mundo, a taxa de alfabetização de adultos passou de 76% para 82% entre os períodos de 1985-1994 e 1995-2004. Mas, por região, os índices ainda permanecem bem abaixo da média na Ásia Meridional e Ocidental e na África Subsaariana (ao sul do deserto do Saara), com aproximadamente 60%. Nos Estados Árabes e no Caribe, as taxas estão em cerca de 70%.
O que você opina sobre os dados acima? 
Também há analfabetismo no seu país?
Você acha que existe alguma relação entre a educação e o desenvolvimento de um país?
 
LINKS RELACIONADOS

Crise financeira x Imigração

Crise leva a 'pausa' na imigração para países ricos, diz estudo

Manifestação a favor de controle à imigração no Arizona
Leis para conter imigração reforçaram efeito da crise para imigrantes
Um relatório sobre as tendências de migração em 2010 indicou que a crise econômica global forçou uma "pausa" no fluxo de pessoas para os países ricos.
O desemprego agudo em setores típicos de mão-de-obra estrangeira (em países como a Espanha) e o ritmo de crescimento econômico incapaz de gerar novos postos de trabalho (em toda a Europa e nos EUA) levaram à interrupção do intenso fluxo de pessoas para os países ricos que marcou as três últimas décadas, avalia o estudo.
Na Espanha, que deveu grande parte do seu boom à construção civil, um típico nicho de mão-de-obra imigrante, o alto desemprego fez com que a entrada de trabalhadores da União Europeia caísse quase 70% entre 2008 e 2009.
Outros países europeus que tinham se tornado receptores de estrangeiros durante o boom econômico da última década – como Irlanda e Grécia – voltaram ao seu tradicional fornecedor de emigrantes.
No caso irlandês, o número de imigrantes vindos de novos membros da UE caiu cerca de 60% entre 2008 e 2009.
Medidas de patrulhamento de fronteiras reforçaram o efeito da crise. Na UE, o número de imigrantes ilegais tentando entrar pelo mar foi reduzido em cerca de 40% desde 2008, e continua caindo este ano.
O estudo foi elaborado pelo instituto de pesquisas Migration Policy Institute, com sede em Washington, a pedido da BBC.
Fluxo
Nos EUA, uma das consequências da crise foi que, no ano passado, a entrada legal de trabalhadores estrangeiros caiu em todas as modalidades de visto, notando-se inclusive uma redução de 50% nos vistos sazonais emitidos para trabalhadores com baixa qualificação.
Ao mesmo tempo, atestando um menor fluxo de indocumentados, o número de detenções de pessoas tentando cruzar ilegalmente a fronteira sul do país caiu quase 40% entre 2007 e 2009.
Nos cálculos do Departamento do Interior americano, dos cerca de 10,7 milhões de imigrantes ilegais que vivem no país, quase 3 milhões entraram na década 1985-1995. O ritmo mais que dobrou na década seguinte, quando entraram mais de 6 milhões.
Mas, entre 2005 e 2008, a entrada de ilegais teria caído para pouco mais de 900 mil. Estima-se que os brasileiros que moram nos EUA sejam 150 mil.
"Parece claro que depois de duas décadas de crescimento sustentado da população imigrante, os Estados Unidos estão experimentando uma espécie de 'pausa' na imigração", diz o relatório.
Se os números mostram uma desaceleração da entrada de imigrantes nos EUA, há, entretanto, menos clareza em relação à saída.
Nos últimos três anos, diz a pesquisa, o número de estrangeiros registrados pelo censo mensal dos EUA não aumentou nem diminuiu, permanecendo entre 37 milhões e 38 milhões de indivíduos.
Imigrante africano
Muitos africanos tentam entrar na Europa por mar
Por isso, o relatório considera prematura a avaliação de que a crise tenha resultado em um fluxo de retorno significativo de trabalhadores imigrantes aos seus países de origem.
Emprego
Para os que ficaram nos países de destino, o relatório notou uma deterioração nas condições de trabalho e emprego.
Certos grupos, como os hispânicos nos EUA, os andinos e norte-africanos na Espanha, e os paquistaneses e bengalis no Reino Unido, foram especialmente atingidos.
O desemprego entre os trabalhadores estrangeiros chegou a 41% na Espanha, 37% na Suécia e 20% no Canadá – índices que podem chegar ao dobro da taxa entre os nativos.
A Espanha é um exemplo típico porque, como o documento apontou, o seu crescimento na última década do século passado se deveu em grande parte a setores de mão-de-obra intensiva e barata, como a construção civil e os trabalhos domésticos.
Ao afetar esses setores, a crise atingiu o coração da atividade de grande parte dos estrangeiros. Hoje, 12% da mão-de-obra local (5,7 milhões de trabalhadores) são imigrantes, estima-se que 110 mil sejam brasileiros.
É interessante notar que homens e mulheres foram atingidos de maneira diferente. Como estas últimas tendem a se concentrar em setores mais estáveis (como o doméstico ou de saúde), acabaram sendo mais poupadas que os homens.
Nos EUA, onde o efeito da crise sobre homens e mulheres também é diferente, chegou-se a cunhar um termo – "mancession" (junção das palavras man, homem, com recession, recessão) – para o fenômeno.
Mas há ainda países em que diversos setores da mão-de-obra imigrante estão sendo menos afetados pelo desemprego que o grosso da população local.
Nesta categoria, estão os indianos que, na Grã-Bretanha, destoam de outros grupos do subcontinente indiano (no qual também estão nativos de Bangladesh, Paquistão e Sri Lanka) por sua forte presença no mercado de trabalho qualificado.
A imigração causou mudanças visíveis nas comunidades locais, em alguns casos criando preocupações em relação à integração social e criando pressão no serviço público. Inevitavelmente, muitos questionaram o impacto desses novos imigrantes na força de trabalho doméstica.
Migration Policy Institute
O desempenho dos grupos mais qualificados fez com que a diferença na taxa de emprego entre nativos e estrangeiros não mudasse com a crise.
Pausa ou mudança?
Para o instituto, uma das dificuldades de estudar o impacto da crise é separar o que pode ser atribuído à turbulência financeira e o que é resultado de políticas públicas destinadas a conter a entrada de trabalhadores que começaram a entrar em vigor na mesma época.
Por exemplo: na Grã-Bretanha a concessão de vistos de trabalho caiu cerca de 40% entre 2008 e 2009 e "não está claro se as novas regras ou a crise foram responsáveis por esse declínio".
Depois de quase dobrar nos últimos trinta anos, a proporção de mão-de-obra imigrante no mundo chegou a 10,5% em 2010. Estudos sobre o tema de antes da crise já previam que esse processo desaceleraria a partir de agora.
"A imigração causou mudanças visíveis nas comunidades locais, em alguns casos criando preocupações em relação à integração social e criando pressão no serviço público. Inevitavelmente, muitos questionaram o impacto desses novos imigrantes na força de trabalho doméstica", diz o relatório.
Seja a "pausa" na imigração apenas um respiro no fluxo de pessoas ou sinal de uma possível desaceleração que já deveria ocorrer, o fato é que, para o estudo, a recente diminuição da imigração no mundo "tirou um pouco de pressão das preocupações do público, em um momento em que os empregos já são escassos".

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Mais brasileiros vão usar o 13º para ir às compras em 2010

                                                                                                                                    09/11/2010 - 09:15

Consumo

Mais brasileiros vão usar o 13º para ir às compras em 2010

Ainda assim, a prioridade com o dinheiro extra permanece pagar as dívidas

Apesar de o pagamento de dívidas continuar sendo o principal destino do 13º salário, aumentou, neste fim de ano, a parcela de brasileiros que pretende usar este recurso extra para consumir, guardar (para pagar despesas compulsórias com impostos e matrículas escolares em janeiro) ou simplesmente poupar.

Pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), realizada no mês passado com 567 consumidores de todos os estratos sociais, revela que houve uma redução, de 64% em 2009 para 57% este ano, dos que planejam quitar dívidas com os recursos do 13º salário. Ao mesmo tempo, aumentou de 17% em 2009 para 19% neste ano a parcela dos que vão usar esse dinheiro extra para ir às compras. Entre os principais desejos de consumo estão eletrônicos e portáteis (76%), telefones celulares (75%) e computadores (50%).

"Como neste ano a economia melhorou em relação ao desempenho 2009, quando a atividade foi afetada pela crise, o brasileiro está hoje com mais renda no bolso, oferta de emprego e disponibilidade de crédito. Combinados, esses fatores alteraram o mix de gastos do 13º salário", observa o vice-presidente da Anefac e responsável pela pesquisa, Miguel Ribeiro de Oliveira.

A melhora no ambiente econômico fez com que 12% dos entrevistados declarassem que planejam aplicar parte desse salário extra para pagar gastos com impostos (IPVA e IPTU), material e matrículas escolares. No ano passado, 10% dos consumidores informaram que usariam o 13º salário dessa forma. Também aumentou, de 1% em 2009 para 3% neste ano, o porcentual dos que pretendem poupar.

Alerta - Mesmo com os indicadores de inadimplência do Banco Central (BC) e de outras entidades batendo recordes de baixa, o endividamento crescente do consumidor faz acender um sinal de alerta. Pesquisa inédita da Serasa Experian, empresa especializada no gerenciamento de risco de crédito, revela que os brasileiros inadimplentes têm, em média, cinco dívidas em atraso e precisam de 217 dias - ou mais de sete meses - para quitar as pendências
(Com Agência Estado)

O que é o 13º salário? Também há no seu país? 

Caso você o ganhe, o que você fará com o dinheiro?
(use as conjunções abaixo)
talvez          para que          até que
a não ser que          mesmo que

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Clubes de compras coletivas "em linha"

Entenda os clubes de compras coletivas on-line
Com grandes descontos, os clubes de compras coletivas on-line atraem cada vez mais adeptos no Brasil. Saiba mais sobre essa modalidade de comércio eletrônico e confira como não perder as promoções nem os seus direitos.
DANILO CASALETTI

PELA INTERNET Os sites de compras coletivas ganham cada vez mais adeptos no Brasil
Deus ajuda quem cedo madruga

O velho ditado também vale para quem quer aproveitar as ofertas oferecidas pelos sites de compras coletivas. Os produtos ou serviços anunciados têm um número limitado de vendas, por isso, se dá bem quem chegar ou clicar primeiro. A modalidade virou um sucesso no Brasil e vem conquistando mais adeptos. Para conhecer esse “mundo de descontos”, o internauta deve ser cadastrado em algum site do tipo. As ofertas, além de anunciadas nas páginas dos clubes virtuais, são enviadas por e-mail, geralmente durante a madrugada. E tem de tudo: produtos de beleza, tratamento estéticos, roupas, acessórios, opções de lazer e entretenimento, viagens, restaurantes, etc.

Os sites de compra coletiva são uma boa opção para conseguir bons descontos, mas, como em toda relação de consumo, são necessários alguns cuidados para evitar dores de cabeça. O Procon ainda não tem um levantamento específico para os clubes de compras, mas a entidade já tem registrado algumas queixas, principalmente quanto ao prazo de entrega. O órgão também vem recebendo consultas sobre a idoneidade dessas empresas. Listamos precauções básicas que você deve tomar para aproveitar mais essa modalidade de comércio eletrônico, que não para de crescer no Brasil. 

Não compre por impulso “Já virou uma rotina para mim verificar as ofertas oferecidas pelos sites", diz a designer Zélia Torrezan, de 22 anos, adepta há seis meses desse tipo de promoção. A designer afirma que costuma dividir no Twitter ou em seu blog pessoal suas experiências no comércio eletrônico. O maior foco da jovem são os restaurantes e os produtos relacionados à estética. A compra por impulso, muito normal nesse tipo de promoções, já atingiu Zélia. Ela conta que já comprou um tratamento para os cabelos sem necessidade. “Era de um salão conhecido e o preço estava muito em conta. Acabei me arrependendo. Não foi o que eu esperava”, diz. 

Teste o serviço antes de investir pesado 
A estudante Natália Goltara, de 21 anos, diz que é cadastrada em pelo menos dez sites diferentes. “As compras on-line viraram parte do meu cotidiano. É tão simples e prático que dificilmente vou às lojas físicas”, afirma. Para evitar dor de cabeça, como demora em receber o produto ou decepção com o que foi adquirido, Natália diz que busca dicas de amigos e na própria Internet. A primeira compra foi feita por um valor bem baixo, apenas para testar o serviço. “Nunca tive nenhuma experiência ruim. Mas recomendo que as pessoas façam tudo com cautela”, diz. 

Fique atento às regras de cada site 
Comprar por Internet não é mais uma novidade. Mas, no caso dos clubes de compras coletivas, os consumidores precisam estar atentos às condições que cada site apresenta. Os sites de venda têm que seguir o Código de Defesa do Consumidor, como qualquer outra relação de consumo. Mas, há algumas particularidades. Por exemplo: é muito comum que uma determinada oferta só tenha validade se atingir um número mínimo de compradores. De acordo com Valéria Cunha, assistente de direção do Procon de São Paulo, não há nada de errado nessa prática, desde que o consumidor seja avisado previamente. “Obedecendo a essa regra, o consumidor não estará sendo induzido ao erro”, diz. O site também deve informar para o cliente que a compra não foi validada em função do pacote oferecido não ter atingido o número de compradores necessários. É importante também conferir o prazo de entrega do produto ou da validade dos cupons de desconto. 

Você tem sete dias para se arrepender 
Há uma condição do Código de Defesa que diz que, em compras feitas a distância, o consumidor tem um prazo de sete dias para se arrepender, cancelar a compra e receber o dinheiro de volta, inclusive o valor pago pelo frete. “Ele pode ter comprado por impulso ou perceber que o produto não é exatamente aquilo que foi demonstrado na imagem publicada na Internet”, diz Valéria Cunha, do Procon. Passados esses sete dias, caso o produto apresente algum defeito de funcionamento, a indicação é procurar o fabricante. 

A quem reclamar? 
Na maioria dos sites, o pagamento é efetuado integralmente para eles, que posteriormente repassam parte do valor para as empresas parceiras. Caso o consumidor tenha algum problema com o produto – como um eletrodoméstico, ele deve reclamar, de maneira geral, com quem vendeu a mercadoria. Para o caso dos descontos em restaurantes ou clínicas de estéticas – duas opções bastante procuradas pelos internautas – é preciso observar caso a caso. Se a pessoa passar mal ao ingerir determinado alimento, ela deve reclamar diretamente ao estabelecimento (restaurante). O intermediário só será responsável caso o consumidor não consiga agendar ou fazer uso do produto comprado. 

Clubes de compras comemoram o sucesso


EXPANSÃO Daniel Funis, diretor de marketing do GroupOn, diz que desafio é conquistar as principais cidades brasileiras
ClubeUrbano, que pertence ao GroupOn, grupo pioneiro desse tipo de serviço no mundo, está há pouco mais de quatro meses no país e já contabiliza dois milhões de usuários cadastrados. O Brasil já ocupa o quinto lugar no ranking dos países com maior receita do GroupOn, perdendo apenas para os Estados Unidos, Alemanha, França e Reino Unido. 

“O Brasil surpreendeu. O grupo não esperava um crescimento tão rápido”, diz Daniel Funis, diretor de marketing do GroupOn. Durante esses quatros meses de operação por aqui, o site já anunciou cerca de duas mil ofertas e trabalhou com 1.400 empresas parceiras. 

Em breve, o ClubeUrbano vai virar definitivamente GroupOn Brasil. Na chegada do site ao Brasil, isso não foi possível, já que outro site do mesmo segmento havia registrado o domínio. Para Funis, o próximo desafio é expandir as operações para todas as principais cidades no país (eles estão em 22, atualmente). “As pessoas estão começando a entender agora o que é compra coletiva. É um momento de consolidação desse tipo de serviço. O mercado brasileiro tem muito potencial e nós vamos atrás disso”, diz. 



O que você opina sobre as compras coletivas?

Você já fez alguma compra assim ou conhece alguém que a tenha feito?

O que você acha das recomendações acima?